29-"Aceitas casar comigo?"

4 Meses Depois (31 De Dezembro de 2012)...

Passaram-se 4 meses. Posso dizer que foram dos melhores meses da minha vida. Com apenas 20 anos estava a passar por algo que era suposto ser mais tarde mas que me estava a fazer passar pelos melhores momentos. Ter ao meu lado uma pessoa que me ama verdadeiramente e todas as fases da gravidez, faziam com que eu acordasse cada dia mais feliz.

É verdade que tinha acontecido tudo muito depressa. Conhecia o Enzo à menos de um ano e daqui a um mês estaria a nascer o fruto do nosso amor.Mas para nós o mais importante é a nossa felicidade e sabermos que aquilo que sentimos um pelo o outro é verdadeiro.

O nosso Natal tinha passado a voar e longe um do outro. Eu em Portugal e o Enzo na Argentina. Os últimos dias longe dele é que custaram mais a passar mas ontem ele voltou e matá-mos as saudades.

-Bom Dia mi amor!-Disse ele, quando acordamos na manhã seguinte ao regresso dele.

-Bom Dia!-Acordar ao lado dele fazia-me acordar com um grande sorriso.

-Como eu tinha saudades desse sorriso!

-E eu de acordar ao teu lado! Mas acordava mais tarde! Ainda é cedo.-Barafustei ao perceber que ainda estava de noite, eram 07 horas da manhã.

-Temos de sair da cama! Esqueci-me de te dar a tua prenda de Natal ontem!-Disse ele saindo da cama e indo ao bolso do casaco que tinha despido no dia anterior.

-O que é isso?

-Vê!-Disse dando-me um envelope para mão. Abri e não queria acreditar.

-Voo...daqui a 2 horas? Paris?

-Sim! Temos de nos despachar!

-Tens noção que com esta barriga nem amanhã eu me despacho?

-Eu ajudo! É só vestires-te! Eu arrumo as nossas malas! São só dois dias.

-Te amo!

-Yo te amo más!-Disse dando-me um beijo.

...

Foi tudo à pressa mas com a ajuda do Enzo, tínhamo-nos despachado e tínhamos conseguido apanhar o avião.

-Estás muito calado?!-Perguntei depois de o avião levantar voo.

-Não.

-Sim. E pareces nervoso.

-Não.

-Não? Estás sim! O que é que andas a tramar?

-Nada.

-Assim vou ficar a pensar e vou ficar preocupada.-Tentei fazer chantagem para conseguir perceber o que se passava com ele.

-Sim, talvez esteja a tramar algo. Mas não digo mais nada. Agora aproveita a paisagem e descansa mais um bocadinho.- Olhei pela janela e era realmente uma vista linda, merecedora de uma fotografia para partilhar.

É cedo? Sim mas dizem que é de manhã que se começa o dia. 

Adeus Lisboa! Até já Paris :)

Aquelas duas horas de voo passaram a voar, enquanto eu aproveitei para dormir e descansar. O Enzo passou a maior parte do tempo acordado, ele estava nervoso ou até ansioso e eu não sabia porque, só tinha a sensação que ia ser um dos melhores fins-de-semana da minha vida. Talvez por ser um fim-de-semana e passagem de ano em Paris.

-Estamos a chegar.-Disse o Enzo, dando-me um beijo na bochecha.

-Finalmente!

-Estás bem? Não te dói nada?

-Sim estou. Estou é cansada de estar sentada.

-Já estamos a aterrar.-10 minutos depois o avião tinha aterrado e as pessoas começavam a sair. Pus-me de pé e foi um grande alívio, já me custava estar tantas horas sentada e de pé eram os pés que sofriam.

Saimos do aeroporto, onde o Enzo alugou um carro por ser mais fácil do que estarmos sempre à espera de um taxi.

Eram 10 horas em Paris quando chegámos ao hotel, subimos ao nosso quarto e largá-mos as malas.

-Queres descansar ou ir dar uma volta?

-Quero conhecer Paris!

-Certeza?

-Sim. Eu quando tiver cansada aviso.-O resto do dia foi passado a conhecer Paris, eu estava encantada com aquela cidade.

 

Mais tarde nesse dia...
-Vamos jantar?-Perguntou o Enzo, chegando-se para perto de mim e dando-me um beijo. Estávamos no quarto a descansar à uma hora.

-Sim. Onde vamos?

-Surpresa! Veste-te!-A única coisa melhor que eu tinha para vestir era umas calças e uma camisola, a roupa que eu usava nos últimos meses quando saímos os dois ou íamos jantar fora. Roupa escolhida pelo Enzo,ele tinha tudo planeado para estes dois dias.

-Fato? Gravata? Não me digas que vamos jantar no Louvre ou em algo demasiado chique?-Perguntei ao vê-lo sair da casa de banho de fato e gravata.

-Não. Mas eu quero estar bem para esta noite.

-Não é uma noite como as outras, apesar de ser em Paris?

-Não. Vai ser uma noite, uma passagem de ano diferente.-Respondeu ele, deixando-me ainda mais curiosa.-E chega de perguntas. Vamos?

-Sim!-Saímos do hotel e entrámos no carro. O restaurante não era longe do hotel, devia ser para eu não me cansar. Subimos ao piso de cima do restaurante e enquanto nos encaminhávamos para a nossa mesa, eu parei para apreciar a vista daquela janela.

-Enzo...a vista é linda!-Disse-lhe depois de fazer-mos os nossos pedidos.

-Gostas-te?

-Amei!

-Ana...eu sei que só estamos juntos à 1 ano e que já estamos quase a ser pais mas quero que saibas que eu faço tudo o que poder para te ver com esse sorriso lindo!

-Obrigada mi amor! Se alguma vez me dissessem que com a minha idade eu ia estar a passar por tudo eu não ia acreditar, seria muito cedo mas agora isso não interessa, estou feliz e é o que interessa!-Dei-lhe um beijo e ficá-mos a sorrir, com o olhar preso um no outro.

O jantar foi servido e o resto da noite passou a voar, falamos sobre nós, sobre o futuro. Havia medos mas queríamos ultrapassá-los em conjunto. Havia sonhos mas queríamos vivê-los em conjunto. 

-É quase meia noite! Vamos lá fora!-Levantámo-nos e fomos até a uma varanda que o restaurante tinha.

-5-O Enzo começou a contagem decrescente beijando-me.

-4

-3

-2

-1-E terminou a contagem com mais um beijo. Assim que separámos os nossos lábios, olhei para trás de mim e lá no fundo via-se a Torre Eifel. Quando voltei a olhar para ele, não queria acreditar no que via. O Enzo estava a ajoelhar-se e tinha uma caixinha aberta na mão.

-Aceitas casar comigo?-Perguntou depois de se ajoelhar. Atrás de nós via-se o fogo de artifício que tinha começado a aparecer no ar.

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Olá a Todas!

E este foi o 29º Capítulo! Gostaram? Espero que sim!

O tempo para escrever não tem sido muito, alguma dúvidas também não têm ajudado mas apesar da demora, vou conseguindo publicar.

Espero pelos vossos comentários, são muitos importantes!

Besos!

Sofia Martins

28-"O passado fica no passado. Vamos viver o presente!"

-Martin? Tu?

-Mas...vocês conhecem-se?

-Conhecemos. Eu espero por ti no carro.

-Porque?

-Prefiro assim!-Respondeu saindo. Não sabia como é que eles se tinham conhecido mas o assunto tinha deixado o Enzo incomodado.

. . .

O meu irmão era uma pessoa muito fechada e, por isso consegui saber muito pouco dele e muito menos perceber como é que ele e o Enzo se tinham conhecido. Prometi-lhe que o iria ajudar mas ele pareceu não acreditar muito na minha palavra, talvez porque nunca ninguém se dispôs a ajudá-lo mas a partir do momento que descobri que tenho um irmão nesta situação é aquilo que mais quero, ajudá-lo a encontrar um rumo para a vida.

Assim que saímos avistei logo o carro do Enzo e do Nico. Despedi-me da minha irmã e entrei no carro.

-Correu bem?

-Dentro dos possíveis, sim. Ele só precisa de aceitar a minha ajuda.

-Temos muito que falar.

-Pois temos.

-Vamos para casa!-Disse começando a conduzir. 15 minutos depois já estávamos a estacionar à porta de casa. Saímos do carro e entramos em casa.

-Vou fazer o almoço!

-Não podemos falar primeiro?

-Preferes?

-Sim.

-Podes falar então.-Disse-lhe sentando-me no sofá.

-Eu conheci o teu irmão na Argentina. Eu tinha 17 anos e ainda não jogava profissionalmente.

-Mas conhecias de onde?

-Da rua.

-Tu...

-Sim eu consumia. Comprava ao teu irmão. Mas também éramos amigos.

-Mas a vossa reacção quando se viram não foi de amigos.

-Éramos. Tive de me afastar quando assinei um contrato profissional pelo Godoy Cruz.

-E porque é que vocês não se falaram à bocado?

-Porque...

-Podes falar.

-É difícil , é o teu irmão.

-Não interessa.

*Recordaçao On-Enzo*

Estávamos em Setembro de 2003. Eu consumia drogas leves à alguns meses mas hoje tinha decido pôr um travão no mau caminho por onde eu estava a ir. Uma das razões para ter tomado esta decisão foi o futebol, era uma paixão e não podia deitar a perder o facto de ir assinar um contrato profissional.

-Enzo!-Era o meu amigo Martin que me chamava.

-Não quero nada!

-Então?

-Vou assinar um contrato profissional no futebol e vou deixar de consumir.

-E a nossa amizade?

-Amigos amigos, negócios à parte.

-Mas agora o chefe ia começar a contar contigo para o negócio.

-Mas eu quero me afastar totalmente desta vida.

-Não sei qual vai ser a reacção dele mas...olha ele vem ai.-Uns dias antes de tomar a decisão de deixar esta vida, tinha pensado juntar-me ao grupo de tráfico da zona e sabia que podia ter algumas complicações em agora poucos dias depois deixar tudo.

-Tudo bem Martin?-Perguntou-lhe assim que chegou.

-É aqui o menino que está cheio de medo e já não podemos contar com ele.

-Não? Tens a certeza?-Perguntou o chefe.

-Tenho!-Tentei mostrar que era aquela a minha decisão final e que não tinha qualquer medo da decisão que tinha tomado. Ele sorriu mas em poucos segundos eu já estava encostado à parede com uma das mãos dele no meu pescoço.

-Vocês não me podem obrigar a continuar nesta vida.-Vi retirar do bolso uma faca entregá-la ao Martin.

-Acaba tu o serviço!-Disse o chefe.

-O que é que vão fazer? Martin?-Não consegui dizer mais nada porque logo a seguir senti aquela faca espetar na minha perna.

-Desculpa.-Disse o Martin.

-Quem entra nisto, fica para sempre em dívida connosco.-Disse-me quando eu já estava no chão agarrado à minha perna direita cheia de sangue.

*Recordação Off*

-É por isto que não nos falamos.

-Eu percebo, ele era teu amigo. E como é que livraste deles?

-4 anos de sofrimento,ameaça,medo...mas quando fui para La Plata, o pesadelo terminou.

-Nunca imaginei nada disto.

-Desculpa se te desiludi.-Disse aproximando-se de mim e agarrando-me nas mãos.

-Não é bem desilusão...foi não estar à espera.

-Desculpa.

-O passado fica no passado. Vamos viver o presente!

-A sério? Não estás chateada?

-Não.Faz parte do passado. Vamos almoçar?

-Sim!-Disse, dando-me um beijo.

. . .

Tínhamos acabado de almoçar quando me lembrei da festa que me tinham convidado para ir.

-Lembrei-me agora de uma coisa...

-O que?

-Hoje à uma festa...

-Vamos! Precisamos de nos divertir!

-Calma! É que é Kizomba!

-Kizomba? Ai não!

-Porque?

-Eu não sei dançar isso.

-Sabes sim! Eu ajudo!

-Por favor , nao!

-Ensaiamos durante a tarde e logo arrasamos!

-Não aceitas um não pois não?

-Não! Prometo que não te vais arrepender!-Disse eu piscando-lhe o olho. Ele sorriu. Levantei-me e fui ter com ele, puxando-o para mim. Tentei começar a explicar-lhe mas ele realmente parecia um robô.

-Mexe-te!

-Isto não vai correr bem!

-Vai sim! Só precisas de te soltar e mexer a cintura!-40 minutos depois, entre muitas pausas, começava a correr melhor mas faltava uma coisa: música!

-O que foi?-Perguntou o Enzo quando eu parei.

-Nada. Vou pôr musica!

-Eu nem sabia que a minha cintura mexia assim!-Disse ele fazendo-me rir.

-És mesmo parvo!

-Que musica é esta? Claro! Kizomba e musica que eu não percebo!

-Vamos continuar e já te explico!-Dançámos mais uma meia hora até que o Enzo se começou a queixar.

-Já me dói a cintura!

-Claro! Isto aqui...-Pus as mãos no rabo dele e puxei-o para mim.-...é para estar espetado mas também não é tanto! E isto aqui...-Pus as minhas mãos na cintura dele.-...é para estares descontraído!-Dançamos mais um pouco mas acabei por parar, ele merecia a recompensa pelo esforço.

-Que é que fiz mal agora?

-Nada! Queres saber o significado da primeira música?

-Sim, já agora!

«Não tenha medo me agarrar

Toca em mim e me apertar

Me amassa uhm uhm

Assim não da tou a gostar

Não consigo me controlar...»

-Então nesta parte a musica diz isto...-Coloquei as minhas mãos na cintura dele, começamos a dançar, fiz as minhas mãos deslizarem até ao rabo dele,apertando-o para depois o puxar para ainda mais perto de mim.

-Assim já gosto da musica!-Disse dando-me um beijo curto.

-Estás à vontade!-Ele sorriu. Colocou as mãos na minha cintura e fez o mesmo que eu tinha feito. Como por milagre, ele estava a dançar muito melhor.-Até danças melhor! Não te esqueças disso logo!-Disse colocando as minhas mãos por dentro da camisola dele. A partir dai o ambiente aqueceu e descontrolámo-nos. Aqueles últimos passos de dança levaram-nos até ao sofá, onde o Enzo fez com que eu me deitasse muito devagar.

O que se passou depois foi mais um dos nossos momentos de amor e entrega um ao outro que acabou na nossa cama para eu ficar mais confortável.

-Estás bem?

-Sim! Estou grávida, não estou inválida. Ele é que está a mexer-se!-Peguei na mão dele e coloquei-a na minha barriga.

-Cada dia vos amo mais!

-E nós a ti!-Respondi chegando-me para mais perto dele.

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Olá a Todas! Desculpem a demora mas aqui está mais um capítulo!

Espero que tenham gostado! E, também, que deixem as vossas opiniões!

Sejam boas ou más! Obrigada a quem continua desse lado!

Besos!

Sofia

27-"Andava metido na droga. Consumo e tráfico."

-Mas o que é que queres dizer com isso?-Perguntava eu à Marta.

-A minha mãe tem outro filho.

-Tens um irmão?

-Meio irmão.

-Eu também. Será ele?

-Não sei. Eu pouco me lembro dele.

-Ele chegou a viver contigo?

-Sim mas aos 18 anos a minha mãe expulsou-o de casa.

-Porque?

-Andava metido na droga. Consumo e tráfico.

-Depois disso nunca mais o viste?

-Vi. Três anos depois ele voltou para pedir ajudar à minha mãe para fazer um tratamento mas ela não ajudou nem o deixou cá ficar em casa. Eu tinha 14 anos nessa altura também não pude ajudar.

-E depois disso?

-Depois disso deve ter continuado a meter-se na droga e um ano depois soubemos que foi preso.

-Ainda está?

-Não sei mas acho que sim. A minha mãe nunca me deixou ir vê-lo.

-Sabes em que prisão está?

-Não.

-Quero encontrá-lo mas como é que eu vou descobrir?

-Calma amor. Eu posso ajudar.-Disse o Enzo.

-Como?

-Eu tenho um amigo que é policia e ele pode nos ajudar.

-A sério?

-Sim. Marta, sabes como é que chama o teu irmão?

-Martin.

-E a idade?

-Deve ter 27 ou 28 anos.

-Está preso há cerca de 6 anos certo?

-Sim.

-Eu vou ligar ao meu amigo.-Disse ausentando-se.

-Marta, obrigada por teres contado isto. Ele pode não ser mesmo meu irmão mas é filho do meu pai e eu quero conhecê-lo. E agora com isto que me contaste, quero ouvi-lo e ajudá-lo  se for preciso.

-Sempre me ajudaste em tudo. Eu não podia agora não te ajudar e mentir-te.

-Obrigada por isso.És a melhor amiga que eu podia ter.-Disse abraçando-a. Alguns segundos depois o Enzo voltou.

-Então?-Perguntei eu.

-Ele disse que vai tentar descobrir onde está e que assim que tiver informações me diz onde é que ele está.

-Obrigada!-Disse dando-lhe um beijo na bochecha.

-Ainda bem que pude ajudar. Agora vou andando.

-Não vais ter problemas com a tua mãe?

-É provável mas não te preocupes.

-Preocupo sim. Se precisares de alguma coisa liga-me.

-Eu depois mando-te uma mensagem.

-Fico à espera.-Despedimo-nos e ela saiu. Aproveitei para ligar logo a seguir à minha irmã a contar as novidades todas

-Agora vais descansar!-Disse-me o Enzo, depois de eu ter desligado a chamada.

-Porque?

-Não te esqueças que estás grávida. Andas toda stressada com isto e isso não faz bem.

-Sim, tens razão. Hoje não vou pensar mais nisto e vou descansar.

-Eu hoje tenho treino mas só às cinco. Depois tenho de lá ficar a dormir.

-Então ainda temos umas horinhas só para nós. Amanhã tens jogo certo?

-Sim.

-Posso ir?

-É em Setúbal.

-E não posso ir na mesma?

-Podes. Mas sozinha não.

-Vou falar com a minha irmã, com a Laura e a Tamara.-Ainda tinha convivido pouco com as namoradas e mulheres dos outros jogadores mas a namorada do Ezequiel e a mulher do Nolito era com quem me dava melhor.

-Sim,faz isso.

. . .

Até às 16h a tarde foi só para nós e para descansar. Filme, pipocas, mimos e descanso. Depois o Enzo foi para o treino e deixou-me em casa da minha mãe. Não quis ficar sozinha em casa e em casa da minha mãe tinha os  mimos dela.  E foi assim mesmo que se passou a noite, com os meus pais a recordar a infância e a ser mimada por eles. Os mimos dos pais  são sempre os mimos dos pais.

No Dia Seguinte...

Acordei era 12h, acordar sem o Enzo era muito estranho, já me tinha habituado a acordar com ele ao meu lado. Levantei-me, tomei um banho e fui até à sala onde a minha mãe já punha o almoço na mesa.

-Bom Dia Filha!-Disse a minha mãe.

-Bom Dia Mãe! Bom Dia Pai!

-Bom Dia!-Disse o meu pai.

-Dormis-te bem?-Perguntou a minha mãe.

-Sim. Já tinha saudades do meu quarto e da minha cama.

-E nós de te ter aqui em casa.-Disse a minha mãe.

-E eu...-Caminhei até perto do meu pai e sentei-me no colo dele.-...do vosso colo!

-E eu saudades de te ter no colo.-Respondeu o meu pai, fazendo com que nos ríssemos todos.-Serás sempre a minha bebé.

-Já cresci mas vou continuar a gostar sempre dos vossos mimos e do vosso colo.-Eles sorriram e depois fomos todos para a mesa.

...

Tinha chegado  a hora do jogo. A minha irmã tinha-me ido buscar a casa dos nossos pais e fomos até a Setúbal. Era o segundo jogo da temporada 2012/2013. Lá encontrá-mos a Tamara e a Laura tal como tínhamos combinado.

O 11 inicial começou a ser dito e para surpresas e preocupação da minha irmã, o Nico não estava nem no 11 inicial nem no banco de suplentes.

-O Nico? Será que aconteceu alguma coisa?

-Calma!

-Eu vou tentar saber alguma coisa!-Disse levantando-se. Nesse preciso momento ele apareceu. Vinha com o pé ligado e de moletas.-O que é que aconteceu?-Perguntou  a minha irmã aproximando-se dele.

-Entorse ligeiro mas vou agora ao hospital para fazer uma radiografia. 

-Eu vou contigo!

-Não é preciso!

-É sim! Eu quero!-Despedimo-nos deles e concentrámo-nos no campo onde a equipa começava a entrar.

Às 17:00 o jogo começou e logo aos 14 minutos surgiu o primeiro golo com um grande remate do Rodrigo que só parou dentro da baliza. Apesar do grande domínio do Benfica, o segundo golo só apareceu aos 30 minutos pelo Salvio. Já perto do intervalo foi a vez do Enzo colocar a bola no fundo das redes deixando-me com um grande sorriso e ainda mais orgulhosa dele.

-Olha o sorriso dela!-Disse a Tamara, assim que o árbitro apitou para o intervalo.

-Tenho tanto orgulho nele!-Respondi a sorrir.

-E dedicou-te o golo!-Disse a Laura.

-Só falta os vossos meninos marcarem!-A segunda parte tinha começado e concentramo-nos no jogo.

Durante a segunda parte o V. Setúbal conseguiu controlar um pouco o jogo e o Benfica só voltou a marcar aos 67 minutos pelos pés do Nolito, 1 minuto depois de o Enzo ser substituído. O Rodrigo bisou e fechou o marcador aos 80 minutos.

-Só o faltou o Ezequiel marcar!-Disse eu.

-Pois foi! Ele só marca golos na Luz!-Saímos das bancada e fomos até aos nossos carros onde esperámos 20 minutos até começarem todos a sair.

-Buenas Noches!-Disseram eles. O Enzo aproximou-se de mim e deu-me um beijo. Despedimo-nos uns dos outros e fomos os dois para o carro do Enzo.

-A tua irmã?

-Foi com o Nico para o hospital.

-Aquilo é um entorse ligeiro.

-Espero que sim.

-Eu estava a perguntar por ela porque quando cheguei ao balneário tinha uma chamada daquele meu amigo que é policia.

-E então?

-Eu liguei-lhe antes de vir ter com vocês e ele conseguiu descobrir a prisão onde ele está.

-Podemos ir lá amanhã?

-Podemos. Mas prometes que vais ter calma e não ficas muito ansiosa?

-Sim.-O Enzo arrancou e pelo caminho aproveitei para ligar à minha irmã a combinar tudo. Ela ainda estava no hospital com o Nico mas já estava um pouco mais descansada porque com apenas uma semana de descanso ele fica bom.

Voltámos a casa e foi um pouco difícil não passar o resto daquele dia ansiosa por saber que amanhã iria conhecer o meu irmão.

No Dia Seguinte...

Acordámos eram 10h, vestimo-nos e saímos em direcção a casa da minha irmã e só depois em direcção à prisão.

Assim que lá chegamos demos o nome dele e de seguida encaminharam-nos até uma sala onde estavam vários presos sentados com as suas visitas. O meu olhar percorreu todas aquelas mesas, apenas em uma estava um rapaz sentado sozinho. O guarda apontou para ele, dando-nos a certeza que era ele.

Estava com ar abatido e enquanto caminhávamos para junto dele, reparei num grande corte que tinha no braço.

-Enzo?-Perguntou ele, assim que chegámos perto dele.

-Martin? Tu?

-Mas...vocês conhecem-se?-Perguntei eu.

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Olá a Todas!

E este foi mais um capítulo! Gostaram? Espero que sim!

De onde é que acham que o Martin conhece o Enzo? Fico à espera das vossas opiniões!

Besos!

26-"As minhas esperanças de o encontrarmos acabaram de morrer."

Estávamos já na rua, junto aos carros quando o meu telemóvel apitou com uma mensagem. Retirei o telemóvel da mala e quando olhei para o visor, vi o nome de quem menos esperava receber uma mensagem.

«Estou em Lisboa. Podemos encontrar-nos? Lisandro.»

-É o Lisandro!-Dei o telemóvel para a mão do Enzo para ele ver.

-O Lisandro? Mas o que é que ele quer?

-Olha os ciúmes!-Picou a minha irmã.

-Da última vez não ficaram amigos?

-Conhecidos mas nunca me esqueço que ele te beijou.

-Que me dizem de irmos até uma esplanada e eu o convidar para ir lá ter?

-Não sei quem ele é mas por mim pode ser!-Disse a minha irmã.

-Futuro jogador do Benfica.

Mandei uma mensagem ao Lisandro com a morada do café a que íamos e 15 minutos depois já estávamos todos à mesa, menos o Lisandro que permanecia de pé.
-Então Lisandro não te sentas?

-Não. Vim só mesmo para te ver e dizer que já não vou para o Benfica este ano, talvez no próximo.

-Vieste a Lisboa fazer o que?-Perguntou o Enzo.

-Vim para assinar o contrato mas não correu bem.

-Tenho pena, Lisandro.-Disse eu.

-É, também eu! Mas olha tenho de ir, tenho o avião para apanhar.-Despedimo-nos e ele saiu. Tinha sido tudo um pouco estranho porque ele podia-me ter dito o que disse por telemóvel, não precisava de me ver.

-Porque é que eu estou com a impressão que ele gosta de ti?-Perguntou o Enzo.

-Não sei Enzo mas deixa-o, ele agora lá arranja alguém que goste dele! Eu sou apenas tua.-Ele sorriu mas mudamos logo de assunto.

-Desculpem interromper o vosso momento amoroso mas temos de falar de outra coisa.-Disse a minha irmã.

-O que?-Perguntei eu.

-O nosso irmão.

-Queres conhecê-lo?

-Pelo menos falar com ele. Tu não?

-Quero! E como é que vamos fazer isso?

-Falem com o vosso pai para ver se ele tem alguma pista para vos dar.-Sugeriu o Nico.

-Sim é melhor!-Disse eu.

-Vamos agora?-Perguntou a Catarina.

-Sim.

-Podemos ir com vocês?-Perguntou o Enzo.

-Sim claro! Vamos lá então!-Disse eu.

* * *

-Como é que ficaram as coisas?-Perguntava eu à minha mãe.

-Decidimos que o que faz parte do passado fica no passado. Mas ainda não está mesmo tudo bem mas vai ficar.

-Espero que sim!-Disse a minha irmã.

-Nós gostávamos de saber do nosso irmão.

-Acho que fazem bem!

-Não te importas?-Perguntei eu.

-Claro que não! É vosso meio irmão, é normal que o queiram conhecer!

-Obrigada mãe!

Seguimos até à sala onde estava o meu pai, o Enzo e o Nico na conversa. Estava na altura de tentarmos saber algo que nos pudesse levar até ao irmão que tínhamos descoberto a sua existência há umas horas.

-Pai...tens alguma informação que nos possa levar ao nosso irmão?

-Tenho a morada da mãe dele, só isso.

-Podes dar-nos?

-Sim. Mas não sei se ela ainda mora no mesmo sítio.

-Logo se vê!-O meu pai escreveu a morada num papel, deu à minha irmã e ela guardou.

-Queres ir lá hoje ou amanhã?-Perguntou a minha irmã.

-Secalhar amanhã é melhor não?

-Sim. 

* * *
Hoje era um novo dia, dia em que iria tentar descobrir algo do meu irmão. Acordamos eram 10h, vestimo-nos e fomos até casa da minha irmã. De lá seguimos cada um em seu carro para a morada que o meu pai tinha dado. Ia distraída a trocar algumas mensagens quando o Enzo travou, assustando-me.
-O que é que aconteceu?

-Ele travou...acho que chegamos!

-Não era preciso travar assim!

-Concordo! O Nico tem o pé pesado!

-Mas calma...chegamos...é onde?

-Não sei. A tua irmã é que tem a morada.- O Enzo acabou de estacionar e eu saiu logo do carro, indo directa ao carro do Nico.

-Catarina...qual é a casa?

-Aquela!-Disse ela apontando para a casa que estava mesmo à nossa frente.

-Aquela? Tens a certeza? Isso não está mal?

-Não! Numero 23.

-Mas...aquela casa é...a casa da Marta!

-A Marta...a tua melhor amiga?

-Sim não conheço mais nenhuma.

-Então mas ela tem algum irmão?

-Não!

-Vamos lá?

-Sim! Agora quero perceber isto!-Caminhá-mos os quatro até à porta e tocamos à campainha. Alguns segundos depois a mãe da Marta já nos abria a porta. 

-Ana?

-Bom Dia! Desculpe incomodar mas eu gostaria de falar consigo.

-Claro! Entrem!-Entramos os quatros e apresentei os rapazes à mãe da Marta.

-Passa-se alguma coisa?-Perguntou a senhora.

-Eu vou directa ao assunto...eu e a minha irmã ontem descobrimos que o meu pai teve um filho antes de nós de outra mulher.

-E o que é que eu tenho a ver com isso?-A postura e o tom de voz da senhora tinha mudado por completo.

-E a morada de essa senhora...é esta...é a sua casa.

-Mas não sou eu! Deve ter morado aqui alguém antes de mim.

-Tem a certeza? Não sabe se morou aqui alguém antes de si?

-Não sei nada. Agora desculpem mas eu vou ter de sair.

-Claro então nós vamos andando!-Despedimo-nos da senhora e saimos.

-Foi só a mim que isto me pareceu estranho?-Perguntou a minha irmã assim que chegamos ao pé do carro.

-Não!-Respondemos os três.

-As minhas esperanças de o encontrarmos acabaram de morrer.

-Calma princesa!-Disse o Enzo, rodeando a minha cintura com os seus braços.

-Não temos mais pistas.

-Vão aparecer!-Disse o Nico.

-Vamos para casa?-Perguntou o Enzo.

-Sim!-Despedimo-nos da minha irmã e do Nico e voltamos a casa.

* * *

Estávamos em casa há já algum tempo. Estávamos os dois a apenas trocar alguns mimos no sofá, era aquilo que eu mais precisava, quando alguém tocou à campainha.

-Estás à espera de alguém?

-Não!

-Eu vou lá!

-Não! Estava aqui tão bem agarrada a ti!

-Então eu não vou!-Voltaram a tocar à campainha.-Secalhar é melhor lá ir.

-Vai lá!-Levantei a minha cabeça do colo dele e ajeitei-me no sofá. O Enzo abriu a porta e do outro lado estava quem eu menos esperava.

-Marta?-Perguntei eu, levantando-me do sofá e caminhando apressadamente até à porta. Cumprimentei-a e puxei-a até ao sofá.

-A minha mãe contou-me tudo e eu sai logo a seguir. Não conseguia fazer o que a minha mãe fez.

-O que é que queres dizer com isso?
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Olá! 

Espero que tenham gostado deste capitulo! Não está nada de especial mas não podia avançar muito mais.

Espero, também, que deixem os vossos comentários! Eles são muito importantes.

Besos!