-Aceitas casar comigo?-Por trás de mim o fogo de artifício tinha começado a aparecer ao pé da Torre Eiffel. Eu não esperava nada daquilo, sorri.
-Como é que eu posso recusar? Mas levanta-te...-Ele levantou-se e podemos olhar nos olhos um do outro.- Sim eu aceito casar contigo!-Coloquei as minhas mãos na cara dele e beijei-o. Assim que separamos os nossos lábios, ele colocou o anel no meu dedo e eu no dele.
-Quero-te para sempre na minha vida!
-Também te quero para sempre na minha!
-Amo-te muito!-Trocamos mais um beijo sem pressas e que mostrava o nosso amor. Ficámos mais alguns minutos agarrados um ao outro a contemplar a vista. Quando já estávamos cansados voltamos ao hotel.
No Dia Seguinte...
Acordamos cedo, tínhamos de voltar. O Enzo tinha de voltar aos treinos e eu precisava de descansar um pouco mais porque a barriga de 8 meses começava a pesar.
-Ontem não falamos numa coisa....-Disse eu, já dentro do avião.
-O que?
-Quando vamos casar?
-Não precisa de ser já. Pode ser depois do menino nascer.
-Não te importas?
-Claro que não tonta.-Disse dando-me um beijo na bochecha.
-Vou partilhar a novidade no meu Instagram, posso?
-Sim!
Uma passagem de ano...diferente mas com muito amor!
-Não tarda nada está tudo a ligar.-Disse o Enzo. E não demorou muito para que o meu telemóvel começasse a tocar. Era a minha irmã mas eu desliguei porque ia gastar muito dinheiro mas ela voltou a ligar e eu atendi.
-Deves pensar que metes aquela foto e que eu aguento até chegares para saber as novidades.-Disse ela do outro lado.
-Bom dia para ti também maninha!
-Lá por ser bom dia para ti, não quer dizer que seja para mim.
-Então que é que se passa?
-Só mal disposta. Mas contá lá como é que foi.
-Foi um pedido de casamento com vista para a Torre Eiffel à meia noite.
-Só o Nico é que não me faz essas coisas.
-Como o Enzo não há mais nenhum.
-O Nico também faz outras coisas boas.
-O Enzo também! Vais ver daqui a 1 mês, se ele não faz coisas lindas.-O Enzo ria-se ao meu lado.
-Tu é que vais ver as coisas linda que o Nico faz, daqui a 2 meses.
-Se for lindo é bom sinal. É sinal que é mais bonito que o pai. Ou pelo menos que tenha um sorriso mais bonito que o do pai.
-Ele está aqui ao meu lado.
-Não faz mal. Ele sabe que é feio. Estou a brincar cunhado!-Gritei para que ele ouvisse do outro lado.
-Ele já está a fazer cara feia, de chateado.
-De chateado? Pensei que ele tinha sempre a cara feia.
-Brinca que à próxima vez que te vir vais ver.
-Estou a brincar!
-Eu vou desligar, senão pagas-me a conta do telemóvel.
-Eu? Tu é que foste curiosa e não soubeste esperar.
-Beijinho mana.-Disse ela desligando.
-Vocês são sempre assim?-Perguntou o Enzo.
-Sempre!
1 Mês Depois (3 de Fevereiro de 2013)...
Último mês de gravidez passou a voar. Ontem fiz a última ecografia e estava tudo óptimo mas ele parecia não querer sair do quentinho da minha barriga. Eu e o Enzo esperávamos ansiosamente pelo momento, tinham passado dois dias da data prevista para o nascimento do Santiago (tinha sido este o nome escolhido pelo Enzo).
Hoje era dia de jogo do Enzo e por, isso, às 18:30h ele deixou-me em casa dos meus pais para depois se juntar à equipa no Seixal. Ele tentava deixar-me o menos tempo possível sozinha.
-Mãe!-Chamei eu com muita calma, uma hora depois de estar em casa dos meus pais.
-Sim filha?-Perguntou, depois de aparecer na sala.
-Isto foram as águas que rebentaram?-Perguntei eu.
-Se não fizeste xixi nas calças, sim é.-Disse ela com um grande sorriso.-Tens dores?
-Pouco.
-Então ainda podes tomar um duche antes de ires para o hospital.
-Sim, vou fazer isso.-Por agora conseguia manter a calma mas sabia que os nervos iam chegar.
-Eu ajudo.
-Tinha de ser quando o teu pai não está não é?-Perguntei falando com a barriga.
-Vais ver que o Santiago vai saber esperar pelo pai.
Algumas Horas Depois...
-As águas rebentaram mas ainda vai ter de esperar umas horas. Vai ter de ter paciência.-Disse a enfermeira encaminhando-se para a porta.
-Desculpe...
-Diga.
-Seria possível eu ir para uma sala com televisão?
-Televisão?
-Sim. É que o meu namorado vai jogar e eu gostava de ver.-Ela olhou para mim um pouco espantada e saiu. Voltou alguns minutos depois a empurrar uma mesa de rodas que tinha uma televisão. Eu sorri-lhe e liguei a televisão, assim que foi ligada à fixa. O jogo contra o V. Setúbal tinha começado à poucos minutos e já estava a ser festejado um golo, do Enzo!
-O pai marcou um golo para ti!-Disse falando para a minha barriga.-E para mim!
-Ao menos fica distraída. Se precisar de alguma coisa, chame.-Disse a enfermeira.
-Obrigada senhora enfermeira.-As contracções estavam a aumentar e eu comecei a ficar nervosa.
-Como é que estás?-Perguntou a minha mãe, uma hora depois.
-Já não consigo ver o resto do jogo. As contracções são muito fortes mãe.
-Calma! Vais ver que daqui a pouco já está cá fora.
-Já ligaram ao Enzo?
-Sim a tua irmã, já lhe deixou uma mensagem.-Nesse preciso momento a enfermeira entrou. Vinha fazer mais um exame.
-Vamos a isto?
-Agora? Já? Tem mesmo de ser?
-Sim. Está na altura do bebé conhecer a mãe.
-Tinhas mesmo de não saber esperar? Vais ter o feitio do teu pai de certeza, é quando ele quer ou não é.-Disse eu falando mais uma vez para a barriga, o que fez toda a gente se rir.-Vamos!
Levaram-me para a sala de partos. O meu maior desejo era que a partir de agora fosse tudo muito rápido, as contracções estavam a ser insuportáveis.
-Na próxima contracção faça força!-Disse a médica.
-Força filha!-Assim fiz e não demorou muito para que ele estivesse cá fora a chorar. Assim que o colocaram no meu colo, apenas consegui chorar. De felicidade, o primeiro filho fruto de muito amor com o Homem que faz de mim a pessoa mais feliz.
-Bem-vindo Santiago!-Disse eu, tocando-lhe na mão. Eles levaram-no segundos depois. Era hora de voltar ao quarto e esperar pela chegada do Enzo.
Alguns minutos depois de eu estar no quarto, a enfermeira trazia o Santiago com ela. Deixou-o junto à minha cama e saiu.
O feitio do pai. A cara do pai. A dormir como o pai. E nada do pai aparecer.
[ENZO]
O jogo acabou e assim que vi a mensagem da Catarina fui a correr para o hospital. Mas o trânsito era tanto que comecei a desesperar. Meia hora no meio do trânsito e lá consegui chegar ao hospital. Entrei e perguntei à primeira enfermeira que me apareceu.
-Desculpe sabe onde está a Ana, não sei se o meu filho já nasceu...
-Como se chama o seu filho?
-Santiago...se a mãe não lhe trocou o nome à última da hora.
-Sim, já sei. Ao fundo do corredor, quarto 315. Mas olhe as notícias não são as melhores...
-O que é que aconteceu?-Perguntei preocupado.
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Olá a Todas!
E aqui está mais um capítulo!
Espero que tenham gostado!
E aguardo pelas vossas opiniões!
Besos,
Sofia