quinta-feira, 27 de junho de 2013

7-"Isto entre nós é o que?"

O Enzo conduziu até ao restaurante onde já-nos esperava o Gaitán. Entrá-mos e fomos directos à mesa onde ele estava.
-Olá!-Disse eu. e a minha irmã, eu cumprimentei-o mas a minha irmã não, nem o Gaitán a ela.

-Olá Ana!-Disse o Gaitán.

-Não falas à Catarina?-Perguntou o Enzo.

-Ele tem medo que eu lhe morda.-Disse a minha irmã.

-Olá Catarina!-Disse o Gaitán, levantando-se para ir cumprimentar a minha irmã mas ela sentou-se.

-Era isto que eu falava antes de virmos!-Disse eu baixinho para o Enzo.

-Bem, é melhor fazermos os nossos pedidos que parece-me que alguém está com medo que eu lhe toque ou que lhe dê um beijo sem ser na cara.-Disse o Gaitán. 

-Tenho medo porque até de um beijo na cara te podes arrepender.-Disse a minha irmã.

-Uii já percebi que houve coisa entre vocês ontem.-Disse o Enzo.

-Mas não vão continuar assim o resto do almoço pois não?-Perguntei eu.

-Se ele não me chatear, não.-Disse a minha irmã. 

Fizemos os pedidos e almoçá-mos. A Catarina e o Gaitán passaram o tempo todo a picarem-se. Assim que pagá-mos o almoço saímos do restaurante.
-Já pode-mos ir para casa?-Perguntou a minha irmã.

-Espera só um bocadinho. Deixa-me dizer uma coisa ao Enzo.-Disse eu.

-Eu posso te levar a casa.-Disse o Gaitán.

-Nem penses! Prefiro ir a pé.-Disse a minha irmã.

-Se fosse a ti aceitava. Secalhar eu ainda demoro.-Disse eu.

Eu vou aceitar mas é mesmo só porque quero muito ir embora.-Disse ela.

-Mas que pressa é essa?-Perguntei eu.

-O ar está irrespirável. Até logo!-Disse ela caminhando para o carro do Gaitán.

-Não se matem!-Gritou o Enzo. 

-Então o que é querias falar comigo?-Perguntou-me o Enzo depois deles saírem.

-Estive a pensar na tua mensagem e gostava que os momentos bons se voltassem a repetir.-Disse eu.

-E isso quer dizer o que?

-Quer dizer que quero passar a tarde contigo como ontem.Preciso de mimos.

-Os seus desejos são ordens.-Disse ele 

Fomos até ao carro dele. Ele conduziu mas eu eu não sabia para onde. Passado 30 minutos percebi que estávamos junto ao Tejo. Saímos do carro e fomos até perto do rio.
-Adoro este sítio!-Disse eu.

-Eu também!-Disse o Enzo.

Aproximei-me dos ferros da ponte poisando lá as minhas mãos. O Enzo aproximou-se e fez o mesmo mas sem querer poisou a mão dele em cima da minha. Mas eu pouco me importei, a pele macia dele a tocar na minha era completamente electrizante.
-Desculpa!-Disse o Enzo, tirando a mão de cima da minha e poisando-a mais ao lado.

-Não faz mal.-Poisei a minha mão em cima da dele. O Enzo sorriu. 

-Até tenho de te agradecer.-Disse eu.

-Agradecer? Porque?-Perguntou ele.

-Por estes dias que tenho passado contigo. Contigo consigo desligar de tudo o resto, sinto-me bem ao pé de ti, sinto-me tranquila...-Não consegui falar mais porque o Enzo juntou os lábios dele aos meus para um beijo que se prolongou por alguns segundos e foi acompanhado pela brisa e pelo som do mar. 
                           
-E estes beijos...-Disse eu envergonhada.

-Que achas de irmos até minha casa? Esta-mos mais à vontade e podemos conversar lá.-Disse o Enzo.

-Parece-me bem!-Disse eu. Começa-mos a caminhar, ele colocou a mão dele nas minhas costas e eu nas dele e assim fomos até ao carro enquanto trocava-mos alguns sorrisos.


Assim que chegá-mos fomos logo para a sala. Sentei-me no sofá enquanto o Enzo foi à casa de banho.
-Por onde é que começa-mos a nossa conversa?-Perguntou o Enzo.

-Por aqui?-Dei-lhe um beijo rápido.

-Pois isto é algo que....se continua vou me habituar e vou querer mais.-Disse ele

-Pois...desculpa deve achar que eu sou doida...beijar-te assim do nada.-Disse eu.Eu Doida? só se for mesmo pelos beijos dele.

-Isto entre nós é o que?-Perguntou ele.

-Isso pouco me importa.É aquilo que tiver de acontecer.-Disse eu.

-Pouco importa? Como assim?-Perguntou o Enzo.

-Eu gosto de ti mas não quero dar nenhum rótulo à nossa relação. Além disso isto é tudo recente e ainda me faz um bocado de confusão.-Disse eu.

-Confusão porque?-Perguntou ele.

-Porque há muito que eu gosto de ti apesar de antes não te conhecer. Agora em pouco tempo conheci-te e a nossa relação está a avançar assim desta maneira.-Disse eu.

-Sim, isso dos rótulos pouco me importa.Eu gosto de ti e é contigo que eu quero estar.-Disse ele.

-Mas vamos com calma pode ser?-Perguntei eu.

-Sim!-Disse ele. De seguida deu-me um beijo.


Estivemos mais um bocado à conversa e a namorar mas não passá-mos de beijos e alguns mimos. Ainda lanchá-mos juntos em casa dele.Eram 17 horas quando me despedi do Enzo e saí de casa dele.
Assim que saí de casa dele fui abordada por um rapaz que me assustou pela forma como se atravessou à minha frente, parecia que já estava à minha espera.
-Sim? Precisas de alguma coisa?-Perguntei-lhe eu.

-Eu não mas parece que tu precisas de algo para abrir a pestana.-Disse ele.Em poucos segundos eu já estava  encostada à parede com as mãos dele no meu pescoço.

-Larga-me!Estás a aleijar-me.-Disse eu.

-É mesmo esse o objectivo. Tenho um recado da (....) para ti: Deixa aquilo que não te pertence. À próxima pode ser pior.-Disse ele, empurrando-me e desaparecendo dali.

[ENZO]
Tinha adorado estar com a Ana mas ele teve de ir embora. Ia para ir preparar o meu jantar quando oiço alguém a gritar na rua.
-Alguém me ajuda??-Perguntaram.

-Enzzooo-Ouvi chamarem por mim e baterem na minha porta muito devagar. Mas aquela voz....era a da Ana.

Fui logo a correr para a porta, espreitei e como não vi ninguém abri a porta.
-Aqui!-Olhei para o chão e lá estava ela sentada no chão.

-Ajuda-me a levantar.-Assim o fiz e levei-a para dentro.

-O que é que aconteceu?-Perguntei eu.

-Ao que me parece isto foi um aviso para não me aproximar de ti de uma rapariga chamada...-Disse eu. O Enzo fez logo um cara de espantado e de assustado, o que me fez ficar mais assustada.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

6-"Os momentos maus devem ser esquecidos e os momentos bons repetidos"

Quando chegá-mos à casa do Enzo, ele levou-me até à sala para poder-mos conversar.
-Tens a certeza que me queres contar?-Perguntou ele.

-Sim.-Disse eu.

-Quando quiseres podes começar.-Disse ele.

-Primeiro queria-te te dizer só que estou contente por me teres protegido mas, por outro lado, não gostei da tua atitude, de partires logo para a agressão.-Disse eu.

-Eu sei que não o devia ter feito mas eu percebi que era o que ele precisava para ver se deixava de bater às raparigas. Mas desculpa a minha atitude.-Disse ele.

-Sim ele estava mesmo a pedi-las. Agora vem a outra parte.-Disse eu respirando fundo.

-Tudo aconteceu à mais de 1 ano....-Fiz uma pausa.-Eu e ele namorávamos à 5 meses quando o primeiro estalo aconteceu-O Enzo estava bastante atento.-Eu não esperava aquilo vindo dele e, por isso, não reagi e pouco discutimos sobre isso. Passado mais ou menos 1 mês isso voltou-se a repetir, dessa vez eu tentei reagir mas foi pior porque ele ainda me bateu mais. Dessa vez ele pediu-me desculpa pelo que aconteceu e como eu gostava tanto dele perdoei. O pior aconteceu passado 2 meses...-As lágrimas começaram a correr-me pela cara assim que comecei a lembrar-me de tudo. O Enzo segurou na minha mão fazendo-lhe uma festa com o polegar e limpando-me as lágrimas que teimavam cair.-Passado 2 meses tivemos uma grande discussão em minha casa e ele bateu-me até eu não me conseguir quase mexer, depois saiu de casa e deixou-me lá naquele estado. Só quando a minha irmã chegou a casa é que me levou ao hospital, tinha desde hematomas a costelas partidas. Depois afastei-me dele e acabá-mos, eu mudei de escola, mudei de número de telemóvel, ele continuou a seguir-me até ao dia em que o deixou de fazer talvez porque arranjou outra vítima. Hoje tudo podia ter voltado a acontecer se não estivesses lá, eu tinha prometido a mim mesma que se voltasse a acontecer iria reagir e nunca deixaria que isto voltasse a acontecer mas hoje isso não aconteceu, eu sou e sempre serei fraca.


Assim que acabei de falar as lágrimas tinham voltado a cair, o Enzo olhava para mim mas nada dizia e mais uma vez limpou-me as lágrimas. Chegou-se mais perto de mim e deu-me um abraço, abraço esse que valeu mais que mil palavras. Mas depois de algum tempo assim abraçados, ele acabou por falar, continuando abraçado a mim e falando-me ao ouvido.
-Não mereces-te nada do que te aconteceu. A única coisa que te posso dizer neste momento é que eu não vou deixar que isso volte a acontecer, seja como amigo ou mesmo que a nossa relação avance,vou estar sempre ao teu lado.-Disse ele. Aquelas palavras dele arrepiaram-me por me parecerem tão sinceras.


Ele afastou-se um pouco mas, enquanto me olhava nos olhos, voltou-se a aproximar para juntar os nossos lábios num beijo rápido e carinhoso.
                
Passá-mos resto da tarde naquele sofá a ver um filme, enroscados um no outro e eu ia recebendo alguns beijos ou no meu ombro ou nas minhas mãos, mas sem pensarmos o que se estava a passar entre nós, nem se o que sentíamos era apenas amizade ou algo mais. Sentia-me tão bem ao lado dele, sentia-me protegida, sentia-me como nunca me tinha sentido,sentia-me feliz como há muito não me sentia. O filme acabou e eu voltei a endireitar-me no sofá.
-Estás melhor?-Perguntou o Enzo.

-Sim, muito melhor. Obrigada pelo teu carinho, soube tão bem ter passado aqui a tarde junto a ti.-Disse eu.

-Não tens agradecer. Tudo o que faço é porque gosto de ti e porque te quero ver mais feliz.-Decidi não perguntar o significado daquele gostar porque só queria passar o dia sem preocupações e sem pensar em muita coisa. A seu tempo isso acabaria por ser esclarecido. 

-Bem, agora é melhor ir. Senão a minha mãe daqui a nada começa a ligar-me.-Disse eu.

-Ok. Eu levo-te a casa.-Disse ele.


Ele levou-me a casa. Ainda vi a minha irmã a entrar para o carro do Gaitán para irem jantar fora.
-Então quando é que te vejo agora?-Perguntou o Enzo, depois de estacionar e de sair-mos do carro.

-Amanhã tenho só tenho aulas de manhã e na sexta não tenho aulas.-Disse eu.

-Então até amanhã!-Disse ele.

-Até amanhã! Seja o que for que isso signifique.-Disse eu. Dei-lhe um beijo na cara e um abraço.

Assim que entrei em casa, a minha mãe e o meu pai já estavam à minha espera para jantar. Larguei as minhas coisas e fui jantar. Assim que acabei de jantar fui para o meu quarto e entreti-me a fazer alguns trabalhos mas por volta da 00:00 quando me preparava para deitar recebo uma mensagem.


Os momentos maus devem ser esquecidos e os momentos bons repetidos. 
ENZO

Deitei-me na minha cama a ler a mensagem e pensar na tarde que tinha tido com ele hoje. Nunca me tinha sentido tão bem ao lado de alguém e o toque, o beijo e o olhar dele são mágicos. Estava a pensar em tudo isto, quando entra a minha irmã pelo meu quarto a dentro.
-Booaaa Noite mana!!!-Disse ela, fechando a porta.

-Boa Noite! Vens muito bem disposta!-Disse eu.

-E tu também estás aí com um sorriso enorme agarrada ao telemóvel.-Disse ela.

-Vê.-Disse eu, dando-lhe o meu telemóvel. 

-Ui. Que momentos bons são estes?-Perguntou ela.

-Não sei. Mas para mim é a tarde de hoje, passei a tarde a ver um filme com ele e a ser mimada.-Disse eu.

-Houve avanços?-Perguntou ela.

-Só um beijo.-Disse eu, a sorrir.

-Agora conta-me lá essa noite com o Gaitán!-Disse eu.

-Então fomos jantar...depois fomos até casa dele e depois eu e ele acabámos por nos envolver e não queres que eu conte pormenores pois não?-Disse ela a rir-se.

-Não, dispenso. -Disse eu.

-E escusa de perguntar, foi só uma coisa de uma noite, sem importância.-Disse ela.

-Para ti ou para ele?-Perguntei eu.

-Para os dois.-Respondeu ela.

-Estou para ver isso.-Disse eu.

A minha irmã foi para o quarto dela e eu deitei-me para tentar adormecer. Tentar, sim porque cada vez que fechava os olhos vinha-me à cabeça o beijo. Passado algumas horas consegui adormecer.



No dia seguinte....
Acordei às 9h, vesti-me e fui para as aulas. Só tinha apenas uma aula e saí ao 13h. Vinha  a sair da faculdade quando um carro buzina, olho  para o lado e vejo o carro do Enzo. Fui ter com ele, enquanto que a minha irmã ficou à minha espera.
-Por aqui?-Perguntei eu.

-Sim. Vim buscar-vos para ir-mos almoçar.-Disse ele.

-A mim e à minha irmã?-Perguntei eu.

-Sim. Mas o Gaitán também vai.-Disse ele.

-Ok eu vou chamá-la. Vamos lá ver como é que corre, ainda fogem quando se virem.-Disse eu.

-Porque?-Perguntou ele.

-Efeitos de ontem à noite.-Disse eu.


-Anda. Vamos almoçar fora mais o Gaitán.-Disse eu, assim que cheguei ao pé da minha irmã.

-Ai eu não vou.-Disse ela.

-Porque? Não dizes que não teve importância o que aconteceu? Então não há problema em estarem no mesmo espaço.

-Ok! Vamos.-Disse ela, ainda com um ar de pouca vontade.


Entrámos dentro do carro do Enzo e fomos até ao restaurante onde já estava o Gaitán à nossa espera.

domingo, 2 de junho de 2013

5-"Larga-a já!"

No outro dia...
Acordei às 8:00 h e às 8:30 h já estava o Enzo à minha espera lá fora. Peguei num iogurte e saí de casa.
-Bommm Diiiaa!!-Disse o Enzo, com um grande sorriso.

-Bom Dia!-Disse eu.

-Acordas sempre assim com essa energia toda e tão bem disposto?-Perguntei eu.

-Quase sempre!Vamos? -Disse ele

-Sim!-Disse eu.

Entrei no carro e sentei-me no lugar do pendura. O Enzo conduziu até ao Seixal local de treinos. Assim que lá chegámos, por volta das 9:15, ele levou-me até às bancada e depois foi para os balneários equipar-se. Passado 15 minutos os jogadores começaram a entrar campo para começar o treino. O Enzo olhou para mim, piscou-me o olho e começou a correr.O treino durou 1 hora e meia.
Assim que acabou o treino ele veio ter comigo.
-Gostas-te?-Perguntou ele.

-Sim!!

-Que tal estive?-Perguntou o Enzo.

-Isso nem se pergunta. Tu jogas sempre bem!-Disse eu.

-Assim fico convencido. Eu vou mudar de roupa e já volto.-Disse ele

-Ok. Eu espero na entrada.-Disse eu.

Ele foi para dentro e eu fui até à entrada onde fiquei à espera dele. Enquanto esperei foram passando alguns jogadores, o Gaitán foi um deles.
-Tu não és a rapariga que o Enzo queria conhecer, a irmã da outra rapariga que estava na garagem a falar com o Enzo?-Perguntou o Gaitán.

-Sim sou eu.-Disse eu

-A tua irmã não veio contigo?-Perguntou ele.

-Não ela tinha aulas.-Disse eu.

-Ela vai fazer alguma coisa hoje à noite?-Perguntou ele.

-Que eu saiba não.-Disse eu.Ele tirou um papel do bolso.

-Tens uma caneta?-Perguntou ele.

-Tenho.-Disse eu. Tirei da mala e dei-lhe.

-Podes me escrever aqui a tua morada?-Perguntou ele.

-Para que?-Perguntei eu.

-Para levar a tua irmã a jantar fora.-Disse ele. Eu escrevi a morada no papel e dei-lhe.

-Aí tens!-Disse eu, devolvendo-lhe o papel.

-Diz-lhe que passo em vossa casa às 20:00.-Disse ele. Nesse momento chegou o Enzo.

-O que é que se passa?-Perguntou o Enzo.

-Parece que passas-te a ser o engatatão Nº2, o Nº1 está à tua frente. Vai levar a minha irmã a jantar fora.-Disse eu

-Eu não sou engatatão, eu luto pelas pessoas de quem realmente gosto.-Disse o Enzo. Com a resposta dele só consegui ficar a olhar para ele, sem conseguir dar qualquer resposta.

-E agora já podemos ir almoçar?-Perguntou o Enzo.

-Sim Vamos!-Disse eu.

Despedimo-nos do Gaitán e fomos para o carro. O Enzo conduziu até ao restaurante onde íamos almoçar. Quando lá chegamos ele estacionou e entrá-mos.Como havia poucas pessoas no restaurante podemos escolher a nossa mesa à vontade.
Fizemos os nossos pedidos e enquanto esperávamos pela comida aproveitá-mos para conversar e para aproveitar a vista que tinham-mos para o mar.
Assim que veio os nossos pedidos almoçá-mos enquanto que nos divertíamos a contar episódios caricatos que nos tinham acontecido. Íamos pedir a sobremesa quando chega um rapaz ao pé da nossa mesa.
-Tu?-Perguntei eu, assustada só de o ver.

-Sim eu. Foi por este gajo que me trocas-te?-Perguntou ele.

-Eu nem te vou responder. Se quiseres fica ai a falar sozinho.-Disse eu levantando-me para ir à casa de banho mas ele agarrou-me pelo braço e puxou-me bruscamente.

-Não vais a lado nenhum. Eu estou a falar contigo.-Disse ele. Nesse momento o Enzo levou-se e veio direito a ele.

-Larga-a já!-Disse o Enzo. Mas ele ainda se começou a rir e o Enzo empurrou-o para que ele me largasse.

-Trocas-te me por este gajo só para teres fama não foi?-Perguntou ele. Eu não tive tempo de responder porque o Enzo foi direito a ele e encostou-o à parede.

-Não não foi! Ma ao menos já não tenho fama de quem leva do namorado.-Disse eu.

-Eu não te admito que insinues coisas sobre ela.e muito menos que lhe toques.-Disse o Enzo para ele.

-Desaparece daqui senão....

-Senão o que?-Perguntou o o rapaz.Eu estava com tanto medo da reacção do Enzo e aquilo que eu não queria que acontecesse, embora ele merecesse, acabou por acontecer. O Enzo deu-lhe um murro que ele caiu para o chão mas levantou-se logo.
Ele levantou-se e saiu a correr para fora do restaurante. Naquele momento deu-me vontade de rir porque ele marecia aquilo à muito tempo, de alguém que lhe fizesse frente, alguém mais forte que eu, sim porque eu sempre fui fraca e nunca fui capaz de reagir. Por outro lado, eu não estava contente com a atitude do Enzo porque eu detesto violência, embora perceba que tenha sido para me proteger.
-Estás bem?-Perguntou o Enzo.

-Mais ou menos.E a tua mão?-Disse eu.

-Isto passa.-Disse ele

-Podemos ir embora?-Perguntei eu.

-Sim. Vou pagar a conta.-Disse ele

-Ok. Eu espero por ti lá fora.-Disse eu.


O Enzo foi pagar a conta e eu fui lá para fora, precisava de apanha ar. Sem o estupor à vista, saí e sentei-me nas escadas do restaurante. Este momento fez-me recordar tudo por aquilo que aquele estupor me fez passar e pelo vistos ele continuava igual. Enquanto o Enzo não vinha aqueles momentos péssimos pelos quais eu passei iam-me passando pela cabeça como se fossem flashes e as lágrimas começaram-me correr pela cara quando o Enzo sai do restaurante.
-Vamos?-Perguntou o Enzo.

-Sim.-Disse eu limpando as lágrimas.

-Estavas a chorar?-Perguntou ele.

-Não.-Disse eu.

-Já percebi que este rapaz tem a ver com aquilo do teu passado que te fez afastar de mim no início.-Disse ele.

-Sim, é isso.-Disse eu.

-Depois disto, está na altura de te contar tudo.-Disse eu.

-Se não te sentires preparada não contes.-Disse ele.

-Eu conto. Mas vamos sair de aqui.-Disse eu.

-Para onde é que queres ir?-Perguntou ele

-Primeiro vamos passar em minha casa, tenho de dar o recado do Gaitán à minha irmã.-Disse eu.

-Ok, vamos.-Disse ele.


Fomos até ao carro e o Enzo conduziu até minha casa. Assim que lá cheguei fui directa ao quarto da minha irmã.O Enzo quis ficar no carro à espera.
-Olá Mana!-Disse ela.

-Olá.-Disse eu.

-Aconteceu alguma coisa?-Perguntei ela.

-Sim. O Fred apareceu no restaurante e ameaçou-me, depois o Enzo deu-lhe um murro e agora ele está lá em baixo à minha espera. Vamos para algum lado, vou-lhe contar tudo o que aconteceu no passado. Ele precisa de saber tudo.-Disse eu

-E tu estás bem?-Perguntou ela.

-Não. Mas vou ficar.-Disse eu.

-E vieste aqui fazer o que?-Perguntou ela.

-Vim dar-te um recado. No treino falei com o Gaitán, ele pediu-me a nossa morada e vem-te buscar as 20:00 para te levar a jantar fora.-Disse eu. 

-Eu vou jantar com o Gaitán?-Perguntou ela.

-Parece que sim. Aproveita bem. Tenho de ir.-Disse eu dando-lhe um beijo na testa.

-Ai vou aproveitar sim. Vai. E boa sorte para a conversa.-Disse ela dando-me um abraço.

Voltei para o carro onde estava o Enzo à minha espera.
-A minha irmã ficou toda contente!-Disse eu.

-Ainda bem. Queres ir para minha casa para falar-mos?-Perguntou ele.

-Sim, pode ser.-Disse eu.

Ele ligou o carro e conduziu até casa dele que era do outro lado da margem, não muito longe do centro de treinos do Benfica. Durante o caminho fomos em silêncio, eu fui a pensar como é que lhe ia contar tudo e a ganhar forças para recordar tudo e ele ia com cara séria e pelas caretas que ia fazendo e pelo estado da mão dele que estava a começar a inchar, percebi que estava com dores. Assim que lá chegá-mos ele arrumou o carro na garagem e entrá-mos em casa. Ele disse para me sentar no sofá e comecei a contar-lhe tudo.