16-"Parece que os ares de casa te fizeram bem!"

-Esta é que é a tua namorada?! A tua e a de mais um!-Disse a mãe dele. Assim que ouvi aquilo gelei. Que pergunta era aquela?Onde tinha ido buscar aquela ideia? Isto não tinha começado realmente bem.

-Mãe?!Que raio de conversa é esta?-Perguntou o enzo.

-Que raio de conversa?-A mãe dele foi até à sala e voltou com uma revista.-Vê!-Disse ela.  Era uma revista que dizia na capa "Lisandro Lopez apaixonado pela namorada de Enzo Pérez" e depois em letras mais pequenas: "Lisandro Lopez, provável reforço do Benfica, beija namorada de Enzo Pérez e acabam a almoçar os três juntos". O Enzo passou as páginas da revista até à página da notícia, tinha fotos da nossa manhã: passeio e beijo do Lisandro, nós os três e o almoço. Sim o Enzo sabia que tinha acontecido alguma coisa, só não sabia o que. Eu tinha dado pouca importância ao assunto e tinha dado nisto.

-Ana? Não tens nada a dizer?-Perguntou o Enzo.

-Eu tinha te dito que o Lisandro tinha tentado alguma coisa.-Disse eu.

-Mas não me disseste o que, pensei que tivessem sido só palavras.-Disse ele.

-Não foi um beijo e foi ele que me beijou e não eu a ele.-Disse eu.

-Vamos para o meu quarto e lá falamos melhor.-Disse ele.

-Vou arranjar um lanche para vocês!-Disse a mãe do Enzo. Tinha tanto vontade de lhe dizer umas coisa mas controlei-me e segui atrás do Enzo até ao quarto dele.

-Vais ficar chateado com isto?-Perguntou eu, assim que entramos no quarto.

-Queres o que? Que fique contente?-Perguntou ele.

-Não mas porra já passamos por tanto, queres estragar tudo por causa de um beijo que não significou nada para mim?-Perguntei eu.

-Não mas como é que eu vou saber senão vais beijar mais rapazes por ai e não me contas nada.-Disse ele. Nem acreditei que ele tinha dito aquilo. 

-Tu não voltas a dizer isso! Sempre pensei que confiavas em mim!-Disse eu depois de lhe dar um estalo.

-Desculpa! Desculpa! Eu não queria ter dito isto!-Disse ele.

-Agora não vale a pena. Vou sair e não venhas atrás de mim.-Disse eu saindo do quarto mas ele veio.

-Mas vais onde? Tu não conheces isto!-Disse eu.

-Não te preocupes comigo.-Disse eu batendo a porta.

Saí em direcção sabe se lá de onde, eu não conhecia nada. Desci a rua até encontrar um café para me poder sentar e lanchar. Estava lá já à 1 hora e pensei o que fazer a seguir quando recebi uma mensagem do Enzo.

Ana onde é que estás?

Estou preocupado contigo! 

Diz-me onde estás, quero falar contigo.

Sabia que se respondesse àquela mensagem ele num instante estava aqui. Mas respondi e em 5 minutos já ele tinha aparecido.

-Ana!-Disse ele, assim que chegou ao pé de mim.

-Sim?-Perguntei eu.

-Desculpa-me, eu não queria ter dito nada daquilo!-Disse ele.

-Devias ter pensado nisso antes! Agora vou-me embora que já estou farta de estar aqui.-Disse ele, saindo  a seguir e claro que o Enzo veio atrás.

-Espera!-Pediu o Enzo, assim que chegou cá fora. Aproximou-se de mim e tentou beijar-me mas eu afastei-me.

-Não penses que me vais beijar e eu esqueço tudo.-Disse eu.

-Mas sei que amolecia um pouco o teu coração!-Disse ele.

-Ainda tens lata de dizer isso.-Disse eu. Disse eu começando a andar.

-O que é que preciso de fazer para me perdoares?-Perguntou ele.

-Surpreende-me!-Disse eu. 

-Como?-Perguntou ele.

-Não sei, desenrasca-te!-Disse eu. Tinha andando tão depressa que estava a ficar cansada. Estava numa rua movimentada com alguns bares e restaurantes.

-E ao menos podes me dar um beijo?-Perguntei eu.

-Não!-Disse eu.

-Fogo! És tramada tu!-Ia a andar quando de repente o Enzo me puxou para dentro de um bar. O Enzo a querer ir a um bar? Não é muito coisa dele.

-Senta-te aí! Mas não fujas! Se queres surpresa vais tê-la.-Disse-me assim que nos senta-mos numa das mesas do bar. Vi-o a conversar com o empregado do bar e alguns minutos depois aproximava-se de um pequeno palco onde estava um microfone. Mas ele ia fazer um comunicado em público? Só quando o empregado falou é que me apercebi do que realmente se ia passar.

-Vamos abrir a noite de Karaoke com  um rapaz cá da terra que é muito conhecido por todos nós, Enzo Pérez!-Disse o empregado. Todos bateram palmas e eu continuava parva a olhar para toda aquela cena. Mas o Enzo ia cantar? Não se queria ouvir.

-Boa Noite a todos! Quero dedicar esta música a uma pessoa que gosto muito!-Disse ele, todos bateram palmas.-Querias que te surpreendesse aqui tens!-Disse ele a olhar para mim, a música começou a tocar e eu percebi logo que música era.

«Amarte como te amo es complicado 

Pensar como te pienso es un pecado 

Mirar como te miro está prohibido 

Tocarte como quiero es un delito....

Não tinha uma grande voz mas o que ia cantando ia soando bem. Realmente estava a surpreender-me.

....

Yo sólo quiero darte un beso 

Y regalarte mis mañanas 

Cantar para calmar tus miedos 

Quiero que no te falte nada 

....

Si el mundo fuera mío te lo daría 

Hasta mi religión la cambiaría 

Por ti hay tantas cosas que yo haría 

....

Y ya no sé qué hacer 

....

Falar en portugués 
Aprender a hablar francés 
O bajar la luna hasta tus pies....»

Uau! Realmente tinha-me surpreendido. Nunca pensei ver o Enzo a cantar, principalmente em público. As pessoas aplaudiram e ele desceu do palco com um grande sorriso, veio directo a mim e parou à minha frente à espera que eu dissesse alguma coisa mas neste momentos só gestos podiam mostrar o que eu estava a sentir.

                                                     

-Isto quer dizer o que?-Perguntou ele.

-Que te perdoo se não voltares a fazer o mesmo!-Disse eu.

-Prometo! Aquilo foram os ciumes a falar por mim!-Disse ele.

-Então vê se os controlas!-Disse eu.

-Vou tentar!-Disse ele.

-Olha achas que isso já está melhor e a funcionar como deve ser?-Perguntei eu. Ele quando percebeu sorriu, acenou com a cabeça respondendo afirmativamente e arrastou-me dali para fora.Passado 5 minutos estávamos num hotel. Foi muito tempo sem irmos além de um beijo ou carinho, desde que a outra maluca deu a droga ao Enzo.

                                                   

Subimos ao quarto e fui picando o Enzo com algumas mordidelas e beijos pelo corpo todo e como ele não parou nada do que eu lhe ia fazendo, calculei que estivesse tudo bem. Continuei até finalmente matar-mos o desejo.

-Parece que os ares de casa te fizeram bem!-Disse eu.

-Dizem que é o remédio para todos os males.-Disse o Enzo a sorrir. Aninhei-me a ele, esquecendo que não tinha jantando e adormeci assim

No Dia Seguinte...

Acordamos por volta das 10h da manha, saímos do hotel e voltamos a casa dos pais do Enzo. Depois de muito falar-mos com eles, lá começaram a perceber o que se tinha passado e começaram a tratar-me melhor, apesar de estarem um pouco de pé atrás comigo, por um lado até percebo é o filho deles.

O dia foi passado com a família dele, de manhã em casa e de tarde a passear. Eram 5h quando os pais deles nos foram levar ao aeroporto estava na altura de voltar a casa, acabamos por ficar apenas dois dias a pedido do Enzo, tínhamos de voltar à nossa vida, sem andar a fugir de ninguém.

Era 1 da manha quando aterramos em Lisboa, fomos logo directos à casa do Enzo.

-Bem vinda a casa!-Disse o Enzo enquanto tentava abrir a porta o que estava complicado.

-A casa? Esta casa é tua!-Disse eu.

-Pode vir a ser nossa!-Disse ele  finalmente conseguindo abrir a porta e entrando disparado.

-É lá! Deixa estar dispenso!-Disse eu.

-Calma! Esta não é a minha casa!-Disse o Enzo.

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